Odisséia Contemporânea

“Que paredes já riram de tua solidão?”... “Há sempre um campo de batalha, em cada coração”... “Quem se agarra às ilusões para escapar da loucura?”... “Quem como eu quer dinamitar esta cidade?”...Frases soltas como essas, compõem traços de personagens urbanos, fragmentos de pessoas como eu ou como você, que em silencio escondem o que as mãos dizem e os olhos falam, escapam do que o coração sente. Carolina Diz é uma banda de rock mineira de Belo Horizonte que é uma quase relíquia deste futuro tão presente dos anos 2000. Na verdade uma verdadeira Odisséia contemporânea! César Gilcevi é um poeta roqueiro, baterista e vivo! Na era da revolução das guitarras, o poeta toca suave e o roqueiro golpeia nossos corações com significados tão profundos de nossa “enlouquencia”.Com maestria sua poesia faz leitura do nosso mundo real, de forma simples e direta. Fernando Prates nos intimida com sua guitarra insana, acompanhada pelo poderoso baixo de Denis Martins que nos arremessa ao coração da banda que pulsa forte nos tons das baquetas de Gilcevi. Mas é na voz de Humberto Teixeira que nos entregamos à certeza, que ainda existe rock’n roll com ideologia neste país, este rock que nos representa, nos dá significado. “Meus heróis morreram de overdose” dizia Cazuza numa filosofia que reflete o passado tão presente, enquanto César Gilcevi indaga: “Para você ser sublime, quantas mentiras são necessárias?” o Brasil está perdendo sua voz, porque sua juventude se esqueceu do que lhes faz cantar, e até quando continuará assim? Quando nossos olhares críticos irão sair do umbigo da dançarina e se voltará para nossos próprios corações? “Eu só me filio à raça humana nas contas a pagar” e dá pra ser diferente? E vamos nós “nascer de novo”? Sim! Carolina diz nos oferece a chance de resgatar o velho e bom rock’n roll, que nos alimenta a vontade de sentarmos numa roda para cantar e tocar violão como na época da Legião Urbana. Carolina diz seja bem vinda à ressurreição do rock anos 2000!!! Vida longa ao novo! Simone Moraes